Grandes nadas e espaços vazios
Me vejo enrolada a montes de fios
Enrolo enrolada, não saio por nada
Presa, engasgada, estagnada
Aos poucos no ar que quase se esgota
Preencho meu corpo nota por nota
Me visto de música por dentro
E volto de novo ao pensamento, oh
Cores, tantas cores
Me possuam até transbordar
Sabores, tantos sabores
Me consumam até saltar
Corrente de vento, sopro delicado
Na boca um gosto quase salgado
Me movo sozinha de olhos abertos
Sonhos soltos, libertos
No espaço vazio agora uma enchente
E some do mundo toda essa gente
Reflexos cromáticos no espelho
Refletem meu batom vermelho, oh
Cores, tantas cores
Me possuam até transbordar
Sabores, tantos sabores
Me consumam até saltar
Ah
Cores, tantas cores
Me possuam até transbordar