É o conto do sábio chinês
Andei durante dez anos fazendo planos para falar
Com seres vindo do espaço
Com a resposta para me dar
Porém, quando estava pronto para o contato
Minha pequena me disse: Você vai ver tudo no cinema
E aonde está a vida?
Aonde está a experiência?
Já te entregam tudo pronto, sempre em nome da ciência
Sempre em troca da vivência
E aonde tá a vida? (Vida)
E a minha independência?
Depois de muita espera
Quem eu queria quis me encontrar
Tomei um banho descente
Escovei meus dentes para lhe beijar
Guardei lugar no motel pra Lua de mel
Que eu sempre esperei
Porém, na hora H eu não levantei
Tá na hora do trabalho
Tá na hora de ir para casa
Tá na hora da esposa e enquanto eu vou pra frente
Toda minha vida atrasa
Eu tenho muita paciência (–ência)
Mas a minha independência (aonde que tá?)
Durante a vida inteira eu trabalhei pra me aposentar
Paguei seguro de vida para morrer sem me aporrinhar
Depois de tanto esforço, patrão me deu caneta de ouro
Dizendo enfia no bolso e vá se virar
Tá na hora da velhice
Tá na hora de deitar
Tá na hora da cadeira de balanço
Do pijama, do remédio pra tomar
Oh divina providência (–ência)
E a minha independência
Ah, e minha vida
E minha vida, onde é que está?
Onde é?