A luz do Sol, alvorece a madrugada
A passarada louva Deus, numa canção
A cachoeira vem cantando o novo dia
Na sinfonia do caboclo do sertão
O nevoeiro se desmancha no espaço
Mais um pedaço de Brasil fica enfeitado
O camponês de mão grossa se levanta
Alegre canta no caminho do roçado
O vento assanha pequeninas violetas
As borboletas fez sua ação pelo ar
A Lua foge no perfil da minha aldeia
O Sol clareia faz a noite retirar
O sabiá canta a voz da natureza
A redondeza se completa de esplendor
A folha treme o orvalho se derrama
Molhando a rama perfumada pela flor
A casa grande de oitão avarandado
De noite o gado vem ao pátio descansar
De manhã cedo se levanta e vai embora
Porque é hora de beber e de pastar
Range a cancela magoando o tabuleiro
Quando o vaqueiro inicia o seu aboio
O seu aboio deixa um eco no espaço
Pelo compasso do chocalho tocador
Canta a cigarra nos garranchos da ramada
Sua toada doí na alma do sertão
O beija-flor com as folhas se mistura
A tanajura quando voa faz verão
O quanto é belo se ouvir de manhã cedo
O passaredo num coreto angelical
Compondo notas da canção da madrugada
Terra adorada meu sertão não tem igual
Compondo notas da canção da madrugada
Terra adorada meu sertão não tem igual